sábado, 25 de dezembro de 2010

Projetos 2010 parte 1

Algo que venho pensando para fazer nesse ano que se aproxima é um livro.

Na verdade seriam dois livros, um de poesia e um outro de receitas. Mas também penso em lançar um livro com as receitas de minha avó materna e um com as poesias de minha avó paterna (que descobre que era uma poetisa essa semana passada) .

Enfim, como o CMI está na vibe de fazer um livro, vou pegar as manhas de como fazer isso e aí é só depois replicar.

Outra opção e fazer algo usando a estrutura desse site e pagar pelo livro.

E eu que pensava que meu primeiro livro seria com uma temática tech...

Um beijo pai

A verdade é que sabemos dar tchau
Mas dar adeus,
É algo que não aprendemos
E por mais que falem
Todos os seus sorrisos,
Todas as nossas boas lembranças
Não ajudam em nada
Nessas horas viram espinhos.

É doloroso dar um adeus quando não se espera
O gosto é bem diferente do que o do sorvete
É fel com pólvora
É sangue escorrendo no asfalto
É covardia às 19:00

Ah!
Parece que vou pifar.
Olhos marejados e ombros cansados
De todo esse peso de tudo isso

Mas por mais que não acredite,
Venço mais um metro,
Alcanço mais um centímetro por poucos miléssimos
E assim,
Tirando força de algum lugar perdido
De um lugar que não conhecia em mim
Vou indo,
Meio como um sargaço,
Mas vou indo.

E é esse lugar
Que teima em me invadir
Em inundar-me
Em me aquecer,
Colo e abraço ao mesmo tempo
Esse lugar é tu
E nenhuma bala .40 poderá arrancar
Esse você de mim.

E assim volta a caminhar,
Porque tenho que continuar
Para valer a pena as escolhas que você fez
Para ficar em pé de igualdade
De sargaço, viro barco com motor de polpa e assumo o timão da minha vida
Um beijo pai.

Pancadas de chuvas

O sol não cansa de me meter medo,
Com todo esse seu diário e tedioso sorriso quente
Calor, aconchego e tudo mais

Será que esse cara solitário não entende
Que toda essa luz me deixa cego ?
Que eu preciso agora
É de alguém que me inunde
Que deixe-me molhado
Que faça-me sentir frio

Quero ficar alagado
Quero a solidão de um dia com fortes pancadas de chuvas
Regado por uma graciosa ventania.

Novo trabalho do Arcade Fire

Esse é mais um dos posts sobre a Arcade Fire. Pensei que não escreveria nada depois de Neon Bible, afinal aquele para mim é um álbum muito especial, bem feito e acima de tudo extremamente corajoso.


Mas não é que esse novo trabalho deles,The Suburbs (Merge Records, 2010) , é também tão bom quanto o disco anterior.

Apesar de mudanças na sonoridade característica da banda (estão mais acessíveis) músicas como Suburban War, Deep Blue e We Used to Wait, são daquele tipo que a gente para e fica ouvindo e se deliciando com as intricadas melodias criadas por Win e Régine. Enfim, apesar de parecer mais pop, a essência continua presente, mas somente percebe-se isso escutando o disco como se ele fosse constituído de uma única música com mais ou menos 60 minutos.

Essa é a grande mágica desse álbum !

Tipo de música que a gente associa a algum acontecimento intenso na nossa vida, de entender que geralmente as nossas lembranças de uma época passada são melhores do que a época em que vivemos, esse tédio modorrento que temos que aguentar, que nos agarra em cada esquina em cada formulário que preenchemos, etc. Otimismo e desilusão em simbiose, esse é o hino desse trabalho.

Chato esse lance da mídia especializada ficar comparando o álbum com o Ok Computer do Radiohead.
Épocas diferente, composições diferentes, etc. Apenas para gerar um pouquinho de polêmica e aumentar a audiência dos respectivos sites.

Uma pena foi que eu não assisti o show , via live streamming é claro, do lançamento do álbum no Madison Square Garden.

PS: Experimentem correr ouvindo esse disco. É uma delícia ouvir essa obra-prima enquanto fazemos um cooper pela Ladeira da Barra (abaixo), no Dique do Tororó, etc.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

E nesse tempo de ócio ...

Por esses tempos de ócio rolou muita coisa divertida na minha vida. Na verdade não foram tão divertidas assim mas hoje eu as considero... Enfim.

O projeto da mesa multitoque possui hoje um protótipo funcional. Foi um sucesso a apresentação na feira tecnológica da Unifacs . Mesmo assim, na avaliação dos professores, nossa apresentação para a banca do projeto não ter sido muito boa.

Mas eu acho que isso foi mais para a gente não se achar muito... Enfim.

Valeu o tempo estudando códigos e tentando entender o porque que as coisas não funcionavam do jeito que era para funcionar.

É foda a gente fazer algo e ter uso para outras pessoas, é uma emoção muito louca. E é uma sensação de dever cumprido que ainda não tinha sentido com algo tech, só com passeatas e poesias.

Sempre bom trabalhar com os caras da tech hunters, apesar dos stress de sempre.


Agora é continuar o projeto. Muitas ideias e agora com novas pessoas agregadas ao projeto.

Outra coisa foi o fim do meu relacionamento. Enfim aconteceu e bola para frente. Ficam as boas lembranças e pronto. Acabei perdendo tempo demais pensando na causa, na minha culpa, etc. Mas no fundo o que resta é continuar e pronto.

E afinal de contas, existem muita gente interessante, basta girar o nosso olhar e abrir o coração.

Uma outra coisa foi os livros que acabei adquirindo (ou seria eles que me absorveram?) nesse período. Coisa na área de visão computacional, processo aleatórios, estatística, máquinas de aprendizagem, etc. Mais o grande destaque vai para um livro não tech. Um lindo livro sobre uma russa chamada Marina Tsvetáieva. Que mulher, que vida. E é disso tudo que nasce a poesia dela.

Como eu sou ignorante de não conhecer uma poetiza dessa. Enfim, a gente sempre descobre alguma coisa interessante. Aliás, a gente sempre é descoberto por coisas interessantes.

A culpa desse ócio existente por aqui

O twitter acaba por tirar um pouco o sentido do que a gente escreve em blogs. Apesar dos blogs serem uma ferramenta simples, colocar 140 caracteres é algo ainda mais simples ainda. E percebo que essa limitação de caracteres deixa a nossa prosa mais objetiva. Enfim , é o nosso telegrama moderno.


Todavia, como sou chato e extremamente reticente não deixarei isso aqui para trás. Talvez a saída seja escrever coisas com mais calma aqui. E na atribulação do dia, na rapidez do cotidiano, colocarei no twitter.

Engraçado que eu achava ele, o twitter, chato e meio que egotrip demais. Que bom que a gente sempre pode mudar a nossa opinião :)

Bom Natal

Mais um ano que passarei o Natal por aqui, embarcado.



Mas não será tão ruim assim. Tenho meus livros, tenho meus pensamentos, tenho eu e mais eu.

Isso bastará.

Bom Natal.

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.