segunda-feira, 29 de maio de 2017

Morro velho



Milton é sempre Milton, é sempre inspiração. O cmus, nesses 04:39 minutos, trazendo flores e aprontando das suas com a minha alma.

Como é bom em um dia de folga. Tanta paz, tanta plenitude sem as infinitas planilhas, sem as metas, sem a falta de humanidade com os outros.

Um dia em que parece que o mar atravessou minha existência.

"[...] Orgulhoso Camarada, de viola em vez de enxada [...] filho de branco e do preto correndo pela estrada atrás de passarinho [...]".

Morro Velho, esse primor de 1967, escrito pelo proprio Milton, já foi gravada por Elis, por Nana Caymmi mas, sem pestanejar, é com o moço de Minas que ela virou um hino.


domingo, 28 de maio de 2017

Um doce Outono de Maio.





ELE consegue ser incandescente
mesmo quieto,
mesmo meio esfinge cabocla.

Madrugada,
vida inundada pelo choro chorado de mansinho.
 
O OUTRO,
apesar de carcomido por longas jornadas,
não sabe o que fazer com o corpo que teimam
em transbordar incessantes diatribes contra os sóis .
Fica incomodado com a quietude.

Verão, rouxinol.
pedra na rebentação do mar de Março.

E por fim, existe aquele ELE (eu),
que é o orí da soma algébrica dos outros dois saltimbancos.
Um quente_frio sobre uma escorregadia corda bamba onde
desejo e tradição realizam uma estranha dança que só eu entendo.

Saveiros em silenciosa e solar revoada,
um doce Outono de Maio.


quinta-feira, 25 de maio de 2017

Ana Cristina, meu amor azulado.



Com a poetisa Ana Cristina César, não existe rima, não existe nada disso. 

Nenhum dos alicerces tradicionais são vistos. Mas, ao mesmo tempo, existe tudo naqueles textos que parecem uma carta ou um diário. De repente, um infinito e singular mundo poético aparece e empurra a gente pra bem longe da gente.

Tão singela, tão incendiária mas, infelizmente, ainda pouco conhecida fora do circuito acadêmico.

Para quebrar um pouco essa falta de zelo com alguém tão especial, que tal um lindo documentário ?

 

De tão tocado, segue um pouco de mim pra'ela:


A.C.

De todos os sargaços,
daqueles que no frescor marítimo
teimam em emaranhar-se nos nossos recônditos,
continua a ser a mais azulada.

domingo, 21 de maio de 2017

Somos utópicos e realistas


Segue o link da bela entrevista do Daniel Colson para o pessoal da revista francesa Ballast (2015) que o excelente Coletivo Libertário de Évora, Portugal, fez a tradução para o português. 


Colson é professor de Sociologia da Universidade de Saint-Étienne e em seus textos mistura a "tradição"anarquista com o pós estruturalismo de Deleuze e Guatarri. É nítida a influência em seus textos de Proudhon e Deleuze. 

Enfim, possui um produção teórica que dialoga muito com o trabalho de outro anarquista contemporâneo que sofreu as clivagens do Maio de 68, o Tomas Ibañez .

Recomendo a leitura atenta dessa entrevista pois, com atenção e zelo, pode-se pescar pérolas, tão importante neste momento de avanço do capital.

Como bem disse o Colson, em um dos trechos do texto:

"A anarquia é uma estranha unidade que apenas se diz do múltiplo”

sábado, 20 de maio de 2017

A insensível insensatez diária alaranjada



Nos últimos meses venho acompanhando de perto as incertezas que cercam muitos dos meus colegas de trabalho. 



Todos sabem que tenho um enorme apreço pelo local e pelas pessoas onde trabalho. Gosto pra caramba do trabalho que desenvolvo e creio que para além da relação patrão empregado, meu trabalho agrega socialmente para além do meu indivíduo. 

Vocês precisam conhecer o impacto social que a Petrobras gera nas regiões onde atuam. Regiões extremamente pobres e que sem a existência da empresa estariam  mais vulneráveis socialmente. 

Enfim, este ano completo onze anos nessa importante empresa e, com quase uma década acabei formando amigos nas mais diversas áreas da empresa. 

Tenho colegas da Liquigas, da FAFEN-BA, da RLAM, da perfuração que andam desesperados com o futuro.

É de conhecimento de muitos de nós vem sofrendo clinicamente com essa situação. Ninguém sabe ao certo o que acontecerá com as nossas vidas.

Diante de toda essa tempestade tenho, meus amigos, muito pouco a oferecer além da minha solidariedade e o meu número de telefone.
Estamos juntos !!!

Mas, além de chorarmos juntos, temos que ir além.

Diante das denúncias da JBS, muitas relacionada a empresa onde trabalhamos, vemos que a classe política duela visceralmente pelo poder e o vencedor ganha o direito de oprimir e desrespeitar o povo.




Apesar de ganharmos um pouco melhor do que a maioria da população, não estamos imunes as teias do poder e as consequências nefastas dos interesses dessas pessoas. Fazemos parte da classe trabalhadora meu povo !!!

Por isso, peço que vocês não caiam mais uma vez no #foratemer como alguns caíram no #foradilma.

O mais importante agora é tensionar o sindicato a pressionar politicamente a empresa sobre a estratégia de venda dos ativos e, nacionalmente, via articulação com a Federação dos Petroleiros e FNP barrar a Reforma Trabalhista, a da Previdência e retroagir o marco regulatório em relação ao pré sal, com o dinheiro voltando a ser destinado à educação.

Essas precisam ser nossas prioridades de batalha.

Não caiam nesse caô de eleição indireta. Quem irá ser beneficiado com isso?

Vocês acham que daquele Congresso ou daquele Senado sairá alguma coisa que preste?

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.