domingo, 25 de junho de 2017

Capão dia 4 parte 1


Talvez a mais sulfurosa das verdades seja que a existência, pelo suas partes mais encantadas, seja construída pelas pérolas que encontramos nas milhões de estradas da nossa vida.

Ontem, naquele coreto de cidadezinha, deixei que uma dessas pequeninas jóias deixassem um oceano de bem querer em mim.

Arrebol (Anastácia/Dominguinhos)

Que surpresa alegre
Você vim chegando
Ao nascer do sol
Bons ventos lhe troussem
Que não mais te levem
Num triste arrebol
Já faz tanto tempo
Que eu não esperava o teu regressar A surpresa é grande
Mais sempre bem vinda pode entrar Se agora voltou o passado ficou Bem distante pra tras, pra tras
E um novo arrebol revelou-se Desvendou-se, nasceu

Que surpresa alegre
Bem vindo amada
Chegue-se a mim
Cravos e açucena plantei
Pra você em nosso jardim.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Capão dia 2

Coisas para fazer no dia de hoje:

- Acordar e ouvir um álbum atrás do outro da Alessandra Leão.

- Ficar de bobeira olhando para o infinito teto do quarto do chalé.

- Correr para não perder o café da manhã da hospedaria.

- Dormir de amor.

- Lembra qual foi a banda de forró Pé de Serra que tocou ontem no correto da Vila. (FLOR DE ALGUMA COISA).

- Pensar no almojanta (aquele almoço maroto que rola entre as 16:00/17:00 horas)

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Capão dia 1


estrada de asfalto
rasgando o negrume noturno
e, entre um cochilo e outro,
minhas botas batidas em acalento abraçam esse teimoso chão de nuvens.

e nesse eterno ir e voltar
mesmo eu não sendo o mesmo
mesmo aqui não sendo aquele outrora acolá
alguma ventania me deixa +
tenro
leve
quente

domingo, 18 de junho de 2017

Debussy e Debian dentro do BRT

Sono meio partido, entre o tapete e a cama, entre roncos e levantadas até o banheiro, regado ao áudio de videoaulas (só durmo com alguma coisa ligada, geralmente algum vídeo do Youtube) sobre empacotamento no Debian e as boas lembranças do dia de ontem.

Como não ter sonhos redondos depois do passeio no final da noite , naquele desenlace engraçado e juvenil, lá na Camicado, atrás de xícaras ?

Como não ter o sono dos justos depois de ler tantas planilhas, pdf e repassar a outros/outras sonhadores sobre o quão é vexatória licitação do BRT de Salvador ?

Como não ficar emocionado vendo, na volta pra casa, toda aquela fauna e flora da Avenida Juracy Magalhães e saber que daqui a pouco tempo ela será destruída ?

Tudo isso revoa no nosso sonhar.

E eis que acordo e encontro Debussy.

https://youtu.be/PjnaciNT-wQ

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Feriadão de chuva, bits e mobilidade urbana (parte dois)


Nas últimas semanas, via planet e outras sub-redes, tenho acompanhado as notícias que envolvem o lançamento do novo Debian.

Neste novo ciclo, estabelecido já há alguns anos, a cada dois anos o Debian lança uma nova versão. E neste momento faltam poucos dias para o aparecer o Debian 9, de codinome Debian Stretch.

Por isso, estava olhando as novidades e pensando se irei mudar do meu mais que lindo Debian 7. Estou totalmente feliz com ele e não vejo, até o momento em trocar.



Passando aqui e acolá acabei por descobrir quem ficou responsável pela arte dessa nova distribuição.

Olha que lindeza !!!


A nobre pessoa chama-se Juliette Taka Belin e, dando uma pesquisada achei o singelo trabalho dessa artista.

Bom ver que o trabalho colaborativo poderá ser entendido e utilizados por falantes de 75 idiomas, suportando 8 arquiteturas e rodando exatos 51687 pacotes.

Maiores detalhes podem ser vistos, em português lusitano, aqui, neste pdf.

Feriadão de chuva, bits e mobilidade urbana (parte um)



Neste feriadão, bem carrancudo como já é tradição nestes dias chuvosos de Junho vou, ao som carinhoso de "Toque Dela" (2011 - Marcelo Camelo), passando os olhos nos milhões de tarefas que programei para hoje.

Primeiro, para abrir a manhã, comecei com a leitura do meu presentinho de Dias dos Namorados. Trata-se do livro "Caymmi: Som, Imagem, Magia (1985 - Sargaço Editora).





Nas primeiras páginas acabei por descobrir que ele faz parte de um projeto de dois discos que, tempos atrás, acho que no último FISL, encontrei no Mercado Municipal de POA.

Essa era uma história para eu ter contado por aqui, da história da vendedora, bem velhinha, contando sobre como ela sofreu com o incêndio do Mercadão, ainda em 2013 (curiosamente a última vez que estive em Porto Alegre), dos discos que perdeu.


Lembro que ela, em um determinado momento da nossa conversa, perguntou de onde eu era. Ao saber que era de Salvador, aquela senhorinha sulista abriu um sorriso enorme e disse, com um garboso sotaque carregado:

- Tenho aqui um negócio pra ti.

Como resistir à aqueles três discos de Caymmi ? Eles brilhavam e cantarolavam aquela voz negrumosa e cheia de sargaço que tanto já acalentou as minhas paragens pensativas. Não tive como resistir apesar do preço salgado.

O importante é ser feliz e ter milhões de conversas para colocar aqui para vocês.

Eu acho que nada é mais baiano do que isso. Ir a Porto Alegre e voltar de mãos dadas com o arquiteto da baianidade.

Agora, dois dos três discos se irmanam com o livro. Aliás, cousa mais linda ele. Entre suas páginas  bem cuidadas apesar dos seus 33 anos de existência, podemos ler um belo prefácio do Jorge Amado. Além disso, a autora, Marilia Barboza, possui uma prosa daquelas que a gente fica com vontade de devorar o livro de uma vez só.

A parte ruim é saber qual a Fundação que patrocinou a obra... Comportamento costumeiro da classe artística baiana que ama viver nos palácios dos donos do poder local.


Mesmo assim a obra é uma Coisa Linda.

domingo, 11 de junho de 2017

Dia 12/06/2017 correu e decolou para o dia 10/06/2017



Acalanto, carinho, confidências, risos e mais risos, respeito mútuo... São tantos e tantos afetos que tenho receio de soar de maneira jocosa. Mas, quem é que consegue não soar assim quando o coração bate no descompasso da ventania?

Óbvio que estamos às vésperas do 12 de Junho.

Porém, mesmo que de certa maneira tudo isso perpasse o mundo do consumo e as modorrentas datas fe$tivas do comércio, vale a pena ter um momento, de silêncio e de preguiça, para que se avalize e avalie o quão importante é, para a história pessoal de cada um, o encontro com determinadas pessoas.

Deleuze, via Espinosa, gosta de chamar isso do "bom" encontro.

Fiquei horas e horas naqueles sulfurosos e idílicas pausas, daquelas bem gordas que a gente adormece acabrunhando-se na ribeira do sofá. Acordei, tomei um ártico copo de café e achei que o legal mesmo era ficar na frente do computador.

Ledo engano. Caminhar de círculos concêntricos que originou um nó górdio na minha cabaça. Meu cursor, lá pelas bandas do VIM, não arregimentou nenhuma das palavra azulada que rezei para aparacer.

Sendo assim, tragado pelo vazio, fiquei ali no algoritmo de recomendação do Youtube. Mais uma vez Deleuze apareceu :) E foi assim,  neste mar de imensas sensações, que as velas de içar do meu velho saveiro acharam, uma ametista que cantarolasse  o quão generosa tem sido a experiência desse meu encontro com a Dona Iaiá.

Caso você me perguntasse por esse nome, o do Antônio Variações a mais ou menos uma semana atrás, eu não faria a menor ideia do que você estaria a falar.

Pelo bom e pelo mal que temos a boa vontade do acaso. Foi através do Filipe Catto que escutei essa delicada canção e tive a oportunidade de conhecer este espetacular artista português. 

Canção do Engate

Tu estás livre e eu estou livre
E há uma noite para passar
Porque não vamos unidos
Porque não vamos ficar
Na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
À espera de se fechar
Nessa tua mão deserta

Vem que amor
Não é o tempo
Nem é o tempo
Que o faz
Vem que amor
É o momento
Em que eu me dou
Em que te dás

Tu que buscas companhia
E eu que busco quem quiser
Ser o fim desta energia
Ser um corpo de prazer
Ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
Do melhor que já não vem
E a esperança foi encontrada
Antes de ti por alguém
E eu sou melhor que nada


Para a delícia ficar completa, segue a nascente dessa gratidão pela vida, pelo amor, por tudo.




segunda-feira, 5 de junho de 2017

domingo, 4 de junho de 2017

Entre códigos, mp3 e pdf's invisíveis.



Enquanto o som da vitrola canta alguma música aleatória dos Strokes,



Ou a cabeça divaga entre um e outro trecho .py,
 


Tento tecer as minhas reflexões sobre os caudalosos anos de 2013, 2014... 2017.

"Aos nossos amigos", do Comitê Invisível, é um texto absolutamente necessário para quem quer avançar e sair da mesmice dos eternos esquetes anti-capitalistas, libertários, autonomistas, etc e tal.

Sair do roteiro, sair do armário dos nossos herméticos templos e encarar o fato, pragmaticamente, que temos que agir como loucos.  Chega de apanhar, de sorrir enquanto ocorre uma judicialização da nossa luta, de abaixo assinados que não resolvem nada. Chega do festim dos memes das redes sociais e dos pleitos no Avaaz.

Nossas ações cotidianas precisam arriscar tirar o impossível da prateleira da utopia e tornar-lo factível aos "não inciados", aos de fora das nossas seitas pueris.

"[...] Mas por maior que seja a desordem por baixo dos céus, a revolução parece por todo o lado asfixiar na fase de motim.

Na melhor das hipóteses, uma mudança de regime sacia por instantes a necessidade de mudar o mundo, para muito rapidamente reconduzir à mesma insatisfação. Na pior, a revolução serve de estribo a esses tais que, falando em seu nome, não têm outra preocupação senão liquidá-la. Noutros sítios, como em França, a inexistência de forças revolucionárias suficientemente confiantes nelas próprias abre caminho àqueles cuja única ocupação é justamente simular a confiança em si e de a apresentar como espetáculo: os fascistas. 

A impotência azeda.
Neste ponto, há que o admitir, nós os revolucionários fomos derrotados. Não porque não tenhamos perseguido a “revolução” enquanto objetivo após 2008, mas porque fomos privados, de forma contínua, da revolução enquanto processo. Quando fracassamos podemos atirar-nos contra o mundo inteiro, elaborar com base em mil ressentimentos toda a espécie de explicações, e até explicações científicas, ou podemos interrogar-nos sobre os pontos de apoio que o inimigo dispõe em nós próprios e que determinam o carácter não fortuito, mas repetido, das nossas derrotas.
 
Talvez nos possamos questionar sobre o que resta, por exemplo, de esquerda nos revolucionários, e que os condena não apenas à derrota mas a um efeito de repulsa quase geral. Uma certa forma de professar uma hegemonia moral para a qual não dispõem dos meios é, também entre eles, um pequeno defeito de esquerda.

Tal como essa insustentável pretensão a decretar a forma justa de viver – aquela que é verdadeiramente progressista, esclarecida, correta, desconstruída, não‐suja. Pretensão que enche de desejos de morte quem quer que se encontre dessa forma relegado para as fileiras dos reaccionários-conservadores-obscurantistas-limitados-campónios-ultrapassados.

A apaixonada rivalidade dos revolucionários com a esquerda – a vendida, a luxuosa, a governamental – é precisamente o que os mantém no seu terreno.

Larguemos as amarras! [...]"

sábado, 3 de junho de 2017

Uma loucura chamada "As travessuras de uma sereia"



"As travessuras de uma sereia" sem dúvida foi o filme mais mentiroso que  já encontrei na minha vida. 

E olha que eu já passei meus olhos em coisas bem, bem estranhas.




Porém, nada supera magnatas do PC Chinês com bigodes postiços, sereias, homens polvo, etc e tal que lutam kung fu pela tal da "Costa Verde".



Tinha uma sereia que andava de skate...

Nem fumado eu escreveria um roteiro tão surrealista como esse.

Muito louco !!

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.