domingo, 5 de julho de 2009

Sobre o valor das coisas

Ontem tinha algumas metas definidas

Acabei lendo apenas o livro do Prandi. Boa parte do tempo fiquei indo de uma página a outra enquanto que a cabeça ia explodindo; tanto de dor como de idéias. Ontem foi mais um dia de pesquisa, de carregamento desse capacitor de 1,88m de altura, do que de leitura de livros de verdade.

Sobre Mitologia dos Orixás:

Comecei na pág 21 e fui ontem até a 60 e porrada. Hoje, pela manhã, li por duas horas e parei na pág 106. Só que hoje fui fazendo algumas anotações, arrolando idéias futuras para os textos.

Achei hoje bem mais produtivo para a leitura e em outros aspectos. Deu para sistematizar mais coisas.

Aprendam uma coisa garotinhos e garotinhas, a sistematização é a alma da de futuras ações destruidoras/criadoras de Kaos.
Portanto, organize-se primeiro. Sistematize seus planos/idéias antes de querer dominar o mundo, de querer matar o capitalismo, de querer comer a Luana Piovanni...

Só também tenha o cuidado de não ficar apenas com as idéias no papel!!!!!

Todavia, voltamos a Prandi e seu livro...

Nossa, não entendo o pq dessa negação ao legado das tradições africanas na formação escolar da gente. Nem quando estava no início do curso de Ciências Sociais, eu ouvia falar desse tipo de conhecimento, desse legado.
Não vou nem falar do total silêncio para isso no curso de Engenharia Életrica...

Essa estranheza é algo ridículo, e cheira a provincianismo da mais alta estirpe.
Como também o é (NA VERDADE FEDE) para mim quando; no campo diametralmente oposto de pessoas ligada ao Movimento Negro, apontam a primazia da contribuição africana no processo de formação daquilo que alcunhamos como Civilização Cultural Brasileira.

Um erro craso dessa pseudo elite intelectual "afro-brasileira". Elite essa muito mais classe média Ipanema, que aspira essa época do ano pegar uma promoção e viajar para Bariloche, do que do povo periférico-suburbano, que creêm em Olodumarê e aspira o Orum.

Já que fomos trazidos à força para essas terras tropicais e como sempre tivemos em menor número que o colonizador português, como poderíamos ter contribuído em termos quantitativos/qualitativos mais que ele, o detentor de toda máquina coercitiva escravocrata?

Nem oito nem oitenta milhões.
Sejamos sincréticos ora bolas !!!!!

O que vale, quando falamos de cultura, não é quantidade nem mesmo qualidade, e sim a mera contribuição dada.

Devemos esbugalhar nosso olhos para o que vem como agregado na contribuição; seja ela o acarajé, a técnica do pau a pique, o signos e ritos do candomblé, a cadência do gingado, enfim...

E é esse valor agregado contido em cada contribuição africana que, apesar do processo forçado da diáspora, o ethos africano vem a superfície. Notadamente quando analizamos o caso do povo Jeje-Nagô.

Portanto,negar isso, é negar o propio umbigo, é negar um dos nossos nascedouros.

Vou falar mais coisas...

Melhor outro post, pq as coisas boas estão sempre em pequenas quantidades!!!

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Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.