Enquanto ouço "Copa e Cabana" do pessoal aqui da Banda Sambatrônica, vou aqui em outras paragens, aprendendo mais um pouquinho sobre a minha ancestralidade.
Acabei, em um artigo do Reginaldo Prandi, conhecendo o Aulo Barreti Filho.
Engraçado que um dos livro do Aulo (Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu - Origens, Tradições e Continuidade. (Org.) São Paulo, Edusp, 2010) está aqui na minha pratileira de "próximas leituras" e acabei deixando para ler mais tarde. Sabe aqueles "mais tarde" que nunca chegam em detrimento de outras coisas?
Uma outra leitura que quero fazer são dois artigos que sairam no periódico da CNT:
"El amor romántico pierde a las mujeres" que trata de uma entrevista com a atriz Pamela Palenciano, falando inclusive do monólogo que ela tem realizado já há algum tempo.
Outra coisa que quero terminar de ler é a entrevista com a militante Pasíon Pineda, atual Secretária Geral, da Regional da Andaluzia CNT. A entrevista é de Abril de 2015 mas a frase que ela fala tem reverberado por meses e meses na minha caixola. Coloco na íntegra o que a companheira comentou na entrevista:
E aqui o trecho mais interessante e que é o que sempre penso quando vejo a revolta popular ou mesmo espaços configurados para o reforço tão somente da liberdade mesmo que esteja bastante hierarquizados:"Desde el 15-M se observa un repunte de las actitudes libertarias. Ahí están los proyectos que han emergido al margen de las instituciones... Tienen en común el carácter libertario con la autogestión, la asamblea, la solidaridad y el apoyo mutuo como señas propias de identidad. Igual ocurre con movimientos sociales del tipo Stop Desahucios o la PAH, donde la acción directa se convierte en un instrumento para impedir los desalojos. Incluso los escraches son fenómenos que forman parte de las distintas formas de lucha que alumbra el anarquismo. Desde esta óptica somos optimistas.
"Pero tenemos un gran reto por delate: debemos ser capaces de saber encontrar las claves para poder transformar todo este potencial libertario en militancia anarquista y anarcosindicalista"
Vejo que nesse aspecto, Pasíon Pineda toca em algo bastante importante, que reforça muito o que o Nicolas Walter coloca em seu mais conhecido texto "Do Anarquismo",quando aborda a ideia por trás da corrente libertária dentro do espectro amplo e difuso que é o anarquismo
"No sentido mais simples, significa que a liberdade é uma boa coisa; num sentido mais estrito, é a ideia que a liberdade é o fim político mais importante. Assim, o libertarismo não é tanto um tipo específico de anarquismo quanto uma forma temperada deste, um primeiro passo".E em seguida Nicolas Walter vai mais certeiro e caminha meio que afirmando algo anterior ao que a Pasíon Pineda colocou no texto, como se Walter fosse os alicerces para o que a Pineda quer que a gente, enquanto militante anarquista, construa, sem que seja algo vanguardista, sem respeita a peculiaridade de cada ser:
"Emprega-se por vezes tal termo como sinónimo ou eufemismo para o anarquismo em geral, logo que há qualquer razão para evitar uma palavra demasiado pesada de emotividade, mas mais amiúde significa o reconhecimento de ideias anarquistas num domínio particular, sem que isso implique a aceitação completa do anarquismo"
Nicolas Walter |
Sempre temos que atentar para o fato de que o anarquismo, na verdade os anarquismos, não podem ser decretado por algum bureau alquímico ou pela quantidade de leituras que já realizamos de algum dos nossos três porquinhos e porquinhas (Proudhon, Kropotkin, Colin Ward, Maria Lacerda de Moura, Luce Fabbri ou Emma Goldman).
Ele, o anarquismo, é construído no dia a dia das lutas, de todas as lutas inclusive as lutas individuais. É na prática de construir um novo societal que verse em todos os aspectos (social, político, econômico, psíquico, ecológico, et cetera) sobre as imbricações, no aqui e agora, de retículos concretos de liberdade e de igualdade.
Anarquismo é caminho, são os meios que utilizamos para alcançar fins tidos como utópico, que seria a mais plena liberdade com a mais plena igualdade. Portanto só saberemos como fazer isso e quando fazer toda essa obra humana na experiência do fazer coletivamente, tendo como uma das molas mestras o apoio mútuo mas sem jamais esquecer de sempre respeitar as individualidades de cada um, de cada uma.
E para que a gente não fique nessa de planos de ações, planejamentos, ideias e mais ideias, é preciso avançar no concreto armado das cidades ou no barro batido dos nosso campos e florestas, mesmo que seja devagarzinho. A humanidade caso não queira viver para sempre nessa barbárie, precisa caminhar em prol de um mundo mais justo e livre.
Para finalizar, antes que perca o horário de comprar o sofá ficando aqui blogando sem parar ou lendo e relendo passagens de livros/artigos/revistas avulsas, uma das últimas coisas que saiu tempos atrás na Estudios, é o texto sobre a ideia do que é o Trabalho na perspectiva anarquista
Deixo somente o link e em uma próxima postagem falo mais desse texto e também sobre a Revista da CNT, a Estudios.
E fiquem aqui com uma banda que adoro, o Camarones Orquestra Guitarrística, divulgando o álbum "O Curioso Caso da Música Invisível" de 2013 e que pode ser encontrado aqui. No site dos meninos/menina vocês podem encontrar os outros álbuns dessa queridíssima banda potiguar.
Xêro e bom início de semana por aí.
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