sábado, 4 de abril de 2020

xicara azul




essa xícara de café
é meu sorriso severo 
em mais uma selvagem noite infinita,

enquanto tento tatear
todos esses escombros da máquina partida
percebo que meus cabelos,
já grisalhos como o de muitos,
agora florescem rubros,
em chamas.

e nessa calmaria,
da porta fechada
e rua transbordando moscas
eu relembro que meus dias mais inesquecíveis
foram quando a minha bussóla
era a dança do encontro.

quero encontrar sem querer,
o que e quem
talvez e todavia
cru e cozido

PRECISA -SE
dos vadios pragmáticos
e dos altivos derrotados
colo e carinho
mãos e beijos que amolem 
meu coração taciturno

quero ele
quero ela
quero toda essa multidão
que ainda não deixou desbotar
o azul em suas vidas




Nenhum comentário:

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.