terça-feira, 25 de março de 2008

Tchau Tchau meu Broder

Aula de Cálculo II, segundo semestre da Facú e metade dos meus colegas do primeiro semestre já largaram o curso de Engenharia.

Dos três que tive mais afinidade, um foi fazer Computação, outro foi fazer Direito e uma outra a mais legal, a loirinha mais cool que eu até aquele momento tinha conhecido, foi fazer Arquitetura... Que merda, ela nem esperou eu me declarar pra ela. Mais enfim...

Algum dia eu explico como eu acabei realmente estragando tudo quando nos encontramos tempos depois em uma festa. O que prova realmente que a carne é realmente fraca e não têm coração.

Mais voltando ao post porra ...

Ou seja eu estava sozinho numa sala cheia de imbecis com bermudas de surfista. E na frente da Sala um professor que meu Deus do céu... Sem comentários.

Além disso tudo eu estava atrasado... Putz meu lugar na janela tava ocupado e só restava um lugar, lá no fundão perto de um cara que eu nunca tinha visto na minha vida.

Nessa época eu ainda fazia o Curso de Sociologia, e pra variar já estava revoltado com o nível raso das discussões que rolavam no curso.

A saída que vislumbrei foi que iria me educar sozinho, sem ajuda dos professores e muito menos dos meus colegas que na minha opinião eram apenas um recalcados e se achavam o máximo por ficar a fumar maconha o dia todo.

Pelas informações que tenho do povo que tá fazendo curso por lá, o estuário de São Lázaro continua na mesma de outrora.

Era por essas e outras que naquele dia estava com uma montanha de livros e devido a isto um dos livros tive que levar na mão. O supracitado livro era a pedra fundamental do Existencialismo, O Ser e o Nada de Sartre.



Enfim quando cheguei e me sentei do lado daquele cara ele, ficou me olhando.

Me encarando.

Puta que pariu têm viado aqui também? Eu pensava que em exatas essas coisas não rolavam...

Demorou um pouquinho e o cara pediu para ver o livro. Pensei na hora, esse cara vai querer meu telefone, puta que pariu, puta que pariu, ele é viado e nem sabe que Sartre foi um chauvinista do caralho...

Aí o cara começou a falar sobre algumas coisas sobre o Existencialismo, coisas mais profundas sobre o pensamento de Sartre...



Nessa hora eu pensei ele pode ser até viado contudo, não é imbecil como esses pseudos surfistas daqui nem faz muito o tipo São Lazareano que opina sobre coisas que não sabe ao certo...
Enfim como bom sociólogo que será, ele sabe que o que importa é opinar, e marcar posição.
Algo parecido com o que os cães fazem na rua para demarcar o seu território.



Na verdade a aula acabou pra mim naquele dia. E nos dias seguintes, as nossas conversas valeria mais que aulas.

Bicha gorda, seu traveco de merda, hackeamos aquela bendita instituição de ensino meu broder, criamos uma TAZ num maldito curso de Engenharia Elétrica, e de repente fomos encontrando outros como nós, ou que achamos que era parecido com nós...

Na maioria da vezes erramos. Afnal como diria o nosso grande Barão:

"De onde se espera muito, é de onde não se sai nada".

Fizemos também muita merda. E daí?

Eu acho que valeu a pena... Mesmo com meu escore indo para as cucuias(o seu também néh cara...) faria tudo de novo men. Tudo, até mesmo a ocupação, até mesmo as passagens em sala de aula vestido de palhaço, pedindo dinheiro pra compra no dia seguinte, pano no Taboão para fazer faixa contra o aumento de tarifa, pelo passe-livre...



Acho que agora vai ser mais fácil eu me formar. Será mais fácil ser medíocre, ser mediano, sem ter alguém a altura do lado para compartilhar idéias e principalmente ações.

Eu nem sabia mais naquele dia, uma parte de minha vida mudou. Graças a Sartre, graças ao engarrafamento na Joana Angélica ... Graças aos Deuses do Caos.

Bicha gorda só desejo boa sorte nessa sua nova empreitada. O cefet não é a mesma coisa agora, mas seja "feliz"(sic) por onde você caminhe por agora. Aliás não caminhe, corra.

Apesar de saber que esse afastamento vai acabar acontecendo, por a gente não estar no convívio diário e apenas se falado via fibra ótica. Todavia a vida é assim, isso rola sempre, afinal tudo isso foi uma maldita TAZ, uma pequena República do Fiúme.



Valeu men

ps: Marcelão eu não vou ficar aqui contando tudo, todas as estórias do Diretório, todas as sandices que a gente acabou fazendo no Cefet, tentando mudar como você diria, a Ethos daquele povo, daquelas baratas. Foda-se.
Baygon neles!!!!!


Um comentário:

Anônimo disse...

me mijei todo agora!!!!! a gente tem muita coisa pra fazer junto ainda. vc nem imagina. mas to muito mais perto dos fins a que nos propusemos um dia do que antes. eh so questao de tempo...

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.