sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Uma quinta-feira qualquer

Cada dia que passa eu vejo que o segredo seja mesmo a simplicidade cotidiana.

É, os sábios são mesmos os mais velhinhos.

Digo isso já que, de maneira particular peculiar, nesses últimos tempos de carne e ossos tremidos, sinto e percebo, com certa antecedente credulidade, que respirar cada pedacinho de ar, dia após dia, pisar fundo mas delicadamente a terra, do jeito que ela se apresenta aos nossos carcomidos pés, é o melhor caminho.

Talvez seja o único caminho, a pequenina e dadivosa felicidade ínfima e atonal, de meia vida, para manter a mente minimamente saneada.

Por isso, enquanto minha companheira solveja alguma cantoria estrangeira (como gosto disso), de torta em torta, como ontem, todos nós vamos agarrados, do jeito que der, à dolce vita dos grãos de Ninho diante do desabamento humano cotidiano.

sábado, 7 de dezembro de 2019

~Vimrc





Enquanto a noite adentra, vou seguindo por aqui, tranquilo :)





Se ficou curioso, venha até aqui

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Nossa última catástrofe

De ontem pra hoje tive a oportunidade de conhecer, escutar e refletir a palestra "Nossa Última Catástrofe", proferida pelo querido Paulo Arantes, na UFMA, em 2018.

https://youtu.be/SQP6NMxLd-k

Acabei caindo nesse vídeo e o mais interessante é que, de certa forma, estou tentando construir uma resposta, pra mim primeiramente, à seguinte pergunta realizada por um amigo em um desses grupos de zap:

Gente, a pergunta que fica é: ainda há esperança? O que temos que fazer? P q não estamos fazendo nada?

Sigo então, ainda, tentando costurar um pedaço de pano, uma nesga de tecido de resistência argumentativa, que não seja uma mera imolação, mas que possibilite um norte de espraiado.

Nossa última catástrofe

Meu peito totalmente acizentado
está crivado de balas
cuja pólvora é essa falsa sísmica 
de uma contemplação da nossa própria 
modorrenta tragédia modorrenta.

Espero e espero, 
incessantemente,
os tais "amanhãs que começarão a cantar" 
em notas azuladas.

Mas, quando, pela manhã, você irá se transmutar nisso e dançará conosco?

Merecemos mesmo essa nossa última catástrofe?

Será necessário fustigar você 
ou basta de traumas circulares?

domingo, 20 de outubro de 2019

Catto

Do jeito que as coisas andam, talvez a arte seja um alento. Nessa última sexta-feira, naquele pequeno oásis, do Goethe Institut, tive a experiência de ver pessoas sendo quem elas sempre foram, sem medo de serem felizes, sem medo de sofrerem alguma violência.

Recebi um abraço de dois ex colegas de trabalho que nem consigo descrever os gigantescos processos de assédio, de escárnio e vilipêndio que sofreram por trinta e cinco anos por serem pessoas que amam outras pessoas.

Nós, petroleiros e petroleiras, somos verdadeiros animais políticos, no sentido latto do termo. Por isso, há muito tempo não ficava tão agradecido pelo abraço e pelas palavras que um dele proferiu no meu ouvido diante de tudo que estamos vendo diante dos nossos olhos.

E tudo isso só foi possível porque ali, naquele momento, acontecia o show " O Nascimento de Vênus", do Filipe Catto.

Talvez esse país não mereça a classe artística que temos, não mereça a beleza que eles gentilmente compartilham conosco. 

Mas, também tenho certeza que não podemos crer que temos 60 milhões de fascistas, que a desesperança venceu todos nós. Só estamos vivendo um período tenebroso por causa do desespero e da desilusão de 60 milhões de pessoas, totalmente iguais a mim, de carne, ossos, erros e acertos. São as mesmas pessoas que elegeram o PT por mais de uma década.

Por isso, precisamos, mais do que em qualquer outro tempo da modernidade brasileira, do sopro singelo e fortalecedor da arte para que assim seja possível a gente respirar, agir e transformar radicalmente tudo ao nosso redor. E essa transformação não pode ser com amolando os dentes no gume na faca, tem que ser, semi parafraseando Catto em " Eu não quero mais", com gestos firmes , dignos e macios.

Obrigado Catto.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

sábado, 28 de setembro de 2019

A dor e o tempo via Netflix

Essa eu peguei em Dark, série alemã da Netflix que, com certa atenção, vários conceitos de Nietzsche, Kant e Heiddeger podem ser percebidos.

"O homem é uma criatura estranha. Todas as suas ações são motivadas pelo desejo, seu caráter é forjado pela dor.

Por mais que ele tente suprimir a dor, suprimir o desejo, ele não pode se libertar da escravidão eterna de seus sentimentos.

Enquanto durar a tempestade dentro dele, não conseguirá encontrar a paz. Nem na vida, nem na morte. E assim ele fará, todos os dias, o que for necessário.

A dor é o seu navio, o desejo é a sua bússola.

É só disso que o homem é capaz."

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Brasileirão pegando fogo, que nem um cabaré

Quando você pensa que ja viu tudo no futebol brasileiro, eis que a última rodada do Brasileiro mostra que no fundo do buraco tem um alçapão.

Ganso xingou o Oswaldo de Oliveira de burro ao ser substituído e este, na devolutiva, xingou o jogador de moleque. Oswaldo, para fechar com chave de ouro, na saída de campo ainda acenou com o dedo médio para a torcida.

Hoje, pela manhã, acabou caindo e Ganso será punido com multa no salário.

Rogério Ceni, depois de 45 dias no Cruzeiro, foi demitido. Ao que foi noticiado, um quebra pau imenso no vestiário envolvendo o técnico, Dedé e Thiago Neves, o "garoto" problema foi a gota d'água do climão existente.

Ceni, que saiu do Fortaleza para o Cruzeiro, deve voltar ao Fortaleza, que demitiu Zé Ricardo. Abel Braga é um dos cotados para tentar acalmar a fogueira das vaidades e tentar tirar o time da zona do rebaixamento.

Cuca pediu o boné no São Paulo, completando o ciclo de cinco meses no time e entrando para a lista fúnebre do quinto técnico em um ano no tricolor. No seu lugar, quem chega é o Fernando Diniz, que tinha sido demitido do Fluminense.

Pior que a semana do brasileirão, só a revelação do Janot, nosso PGR pistoleiro.

Novas pérolas




Esse mês, após ajeitar o set que uso para ouvir meus vinis e ter uma graninha sobrando, resolvi passar as vistas no amigo que compro discos. Depois desse processo de quase dois meses de revamp do que tinha, realmente vejo que um bom sistema faz com que você perceba o quanto de informação sonora você perde com caixas acústicas de baixa qualidade, um receiver ruim e uma radiola sem sistema de contrapeso e uma boa agulha.

Com o terreno pronto para a semeadura, fui lá olhar meu zap. Pode parecer absurdo mas, não olho o zap desse vendedor pois, tenho contas mensais a serem pagas :) Sempre muita coisa boa, conforme já até publiquei por aqui.

Nessa olhada, que tinha basicamente um álbum dos Tincoãs, três do Sérgio Sampaio e um do Eumir Deodato, fiz algumas comparações com os preços no Discogs, e resolvi pegar algumas coisas:

  • Veckatimest - Grizzly Bear (2009)

  • Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua - Sérgio Sampaio (1973)

Nessa olhada acabei encontrando um álbum muito bom do Deodato (Inútil Paisagem - 1964) instrumental para as mais famosas canções do Tom Jobim.

Porém, os $100 do álbum (existem versões mais em conta mas, são remasters do original de 1964) me fez deixar quieto um tempo, mesmo sabendo que essa obra prima o cara fez com 22 anos... A dedicatória do Jobim para o Deodato, na contracapa desse disco é qualquer coisa do tipo "posso morrer agora depois de um elogio desse".

Outra dor é não pegar os dois outros álbuns do Sérgio Sampaio ("Sinceramente" e "Tem que acontecer"). Nossa, são obras com músicas como "Cada lugar na sua coisa", "Só para o seu coração", "Meu filho, minha filha", "Homem de trinta", " Até outro dia", " A luz e a semente", pérolas que as pessoas ainda teimam em não conhecer.

Sampaio é um grande !!

Ps: "Sinceramente" acabei pegando uma edição mais nova, de 2019, feita pela Três Selos, um selo brazuca que junta o pessoal da Assustado Discos, EAEO e Goma Gringa em um só lugar.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

F de Feriado, F de Flask



Nesse feriado do Dia do Trabalhador, o primeiro que passo nos últimos dez anos sem fazer algum tipo de atividade política, resolvi ficar aqui mexendo no Flask.

O Flask é um web framework que ainda não conheço muito (na verdade não conheço nenhum) e por isso tô aqui devagarinho, fazendo o que todo bom samaritano deveria fazer, isto é, ler e reler a documentação existente e ir testando.

Meu objetivo é um site pessoal bem, bem estático pra mim e, ao mesmo tempo, fazer tudo isso usando a linguagem Python.

Estou naquela fase bem noob de copiar Hello Word e rodar.



E tudo isso ao som do incrível álbum Love Letters (2014) do Metronomy.


sábado, 20 de abril de 2019

Sessão nostalgia






Um tempinho atrás, quase uma década, eu já tinha comentado dessa trupe aqui nessa plaga digital. Porém, o que é bom é inesgotável diante do tempo.


Mesmo que esse pessoal da Metronomy tenha cara de jovem adulto descoladinho, contando a fase que praticamente a banda era um projeto individual do Joseph Mount, o pessoal completou  exatos vinte anos em 2019. 

É incrível o quanto o tempo caminha com passadas aligeiradas. Ainda lembro de quantas e quantas vezes parei pra ouvir o inesquecível Nights Out (2008).



Hoje foi um dia assim, nostálgico e ensolarado. Aqueles dias que a gente fica calado, com pouco contado com gente de pele e osso e olho no olho mas, por dentro, são desertos justapostos com milhões de curvas, um mar turbulento de falas, de diálogos dissonantes entre todos os nossos múltiplos mais recônditos.

Um dia de VLC e MPG123 .

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Quando o powerline no Gnome Terminal virou Evangelion




Hoje cedo, pela manhã, sem querer, muito sem querer mesmo, acabei por cair neste refrão:

"It all returns to nothing, it just keeps
Tumbling down,
Tumbling down,
Tumbling down"

Interessante que muitas vezes a gente fica ouvindo e se apaixonando pela melodia das músicas e, boa parte delas abordam sobre temas pesados e bem distantes do que elas provocam na gente. 

Você pode ficar perdidinho e dançando com a voz da Arianne Schreiber mas, a coisa é bem down, suicide né !!! Mas, e ainda bem, a grandeza da arte são seus múltiplos significados para quem arrisca-se interagir com ela. Engraçado que minha pesquisa era sobre colocar o powerline no Gnome Terminal  e acabei caindo nessa canção.

Em português achei essa página contando como implementar o powerline. Nem precisou correr tanto e se perder no man da powerline ...



Ele também pode ser instalado no Vim e Tmux.

E a tal canção do desamparo, que coloquei um trecho acima (Komm, Süsser Tod), que é tema do famoso anime mecha Neon Genesis Evangelion, é essa aqui:



Parece que no ano passado o anime Evangelion aportou no catálogo da Netflix. Mas, como você provavelmente é da Velha Guarda da Portela, bem fácil encontrar em torrent  :)

O soundtrack também vale a pena baixar.


domingo, 14 de abril de 2019

Casa nova



Depois de quase oito anos, meu notebook partiu dessa pra melhor. Por isso, estou a comprar novos móveis e pintar as novas paredes desse meu novo apê. Como quero um notebook por no mínimo três anos , optei por um Dell G3 3579 A10p.

Mas, cepando o W10, que veio de fábrica, ele ficou mais ou menos assim:


É incrível como eu estava anos e anos sem fazer todo esse trampo de instalação e configuração. Quando muito um $ apt-get dist-upgrade e nada mais. Muita coisa mudou, principalmente na parte gráfica e no minimalismo possível com umas configurações supimpas do Gnome e o i3.

Enfim, passando essa etapa, sigo com o Vim e nada mais. Quero, dessa vez, que esse notebook sirva para um projeto bem legal que sempre quis tocar mas, cargas d'água da vida, nunca tive a necessária dedicação para tocar.

Enfim, os tempos no pt_br estão sombrios e o que me cabe neste carcomido latifúndio é eu e os códigos.

Tanta coisa que queria ter postados durante todo esse hiato mas, vida que segue. Vamos que vamos 2019.

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.