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domingo, 5 de abril de 2020

Limão na beira da estrada é sinal que podemos fazer limonada saborosa



Domingo sempre é um dia que promete, sempre é domingou pra mim. O de hoje
promete ser um dia bem ensolarado e com a tábua de maré dizendo isso, fica
sossegado ir na praia (Paciência ou Bacia das Moças) depois da minha atividade
física.


Praia da Paciência, no bairro do Rio Vermelho, Salvador - Bahia











Além disso, tentarei, no dia de hoje, agilizar algumas pendências relativas à adequação dos custos mensais com o corte salarial implementado pela empresa onde trabalho.


Enfim, uma hora ou outra teríamos, como os outros trabalhadores do país, que sofrer por causa do COVID - 19 (acentuada queda da demanda de óleo dentro e fora do país) bem como, aí algo específico da nossa indústria, a variação abrupta do valor do Brent ocasionada pela disputa entre OPEP e Rússia.

A empresa divulgou um material mas, infelizmente, não tenho autorização para
colocar aqui sem infringir o código de ética da companhia. Sendo assim, coloco
aqui algumas medidas tomadas pela alta diretoria.

Se achou um limão da beira da estrada... Vamos procurar agora o açúcar para a limonada!!

Será interessante ver, na vida real, como é trabalhar 06 horas por dia e como lidarei com tanto assim. Essa vivência, essa experiência, será ainda mais interessante pois, será um tempo de nova morada em uma nova cidade, Macaé/RJ, onde os problemas inerentes ao deslocamento urbano e distanciamentos casa - trabalho, são quase nulos quando comparados à Salvador.

Mesmo com a queda da renda, é algo que queria vivenciar uma hora ou outra da minha vida.

Por causa de tanta mudança, seja pelo COVID - 19, sejam pelas mudanças inerentes a possibilidade de saída total ou parcial da Petrobras do NNE, tenho tentado ajudar os colegas, de alguma forma, mínimo que isso possa ser, para tentar mostrar que toda mudança é um campo que sempre podemos ver algo positivo.

Enfim, acredito fielmente que o afeto significa cuidar das pessoas, independentemente se essas pessoas concordam conosco, se torcem pelo Jahia de Itinga (vulgo Esporte Clube Bahia) ou se a pessoa diverge em alguns sentidos do que eu penso. Mas, existe, obviamente, o limite da minha boa vontade versus divergência, principalmente  com pessoas que tratam desrespeitosamente condição da existência humana.

Algumas perguntas ficaram "sobrenadante" após esse acontecimento.


Não só pra mim mas, e isso é maravilhoso, na cabeça dos  colegas que são pessoas mais esclarecidas, que são pessoas que sempre que faço o doce exercício da escuta, da escuta sincera e, como um deles sempre coloca, empática, melhoro mais como ser humano.

  1. Será que a gente, classe operária com poder aquisito de classe média/classe média alta, não estávamos em um consumismo muito exacerbado ?
     
  2. Será que podemos viver mais com menos ?
     
  3. Não está no momento de mudar de vida, de ter algo para além da nossa empresa ?


Mas vamos seguindo...

quarta-feira, 25 de março de 2020

Minas, 1975

"Hoje não passa de um dia perdido no tempo...".

Miltão em Beijo Partido, no antológico álbum Minas cantarolando sem parar aqui no pé dos meus ouvidos, meus laptops rodando e minha xícara de café. 

É isso. 

Chuva danada lá fora, uma pandemia global que assusta toda a humanidade, tudo muito escuro e  aqui, no meu quintal, um orixá vai sussurrando  em mim (vocês já ouviram Milton Nascimento em Ponta de Areia, nesse disco?) alguma coisa inexplicável, como um doce abraço de alguém desconhecido  mas, e ao mesmo tempo, um gesto, um abraço sincero de pai e mãe.


Ainda não compreendi muito bem o que tem levado as pessoas a toda essa reticência em achar chato essa quarentena por causa do COVID - 19

Entenderia isso advindo das classes com maior grau de precarização socioeconômica, pela obviedade da possibilidade da perda dos exíguos "empregos" ou outras formas modernas de sub sobrevivência dos atuais condenados da terra

Porém,  ver esse desespero da classe média e classe média alta, que são aqueles que tenho contato, demonstra o grau de escárnio que essas pessoas tem diante de si quando olham no espelho da sua depauperada (in)existência

Sempre, desde que vou puxando da memória mais longínqua, lá longe longe, na adolescência consciente (1998 em diante), lembro de ficar assim das 02:00 da manhã em diante, ouvindo sem parar os CD dos meus pais que ficavam na sala. 

Não deixaram castelos, casa de praia, barras de ouro mas, vinis e cds do melhor da MPB.

Lembro que nessa época, cada movimento do meu corpo era extremamente bem calculado, os milímetros eram vencidos passo a passo, pisando macio no freio para não acordar ninguém.

Obviamente que meu utensílio obrigatório, dia após dia, era aquele fone de ouvido imenso, com a fiação espiralada até o conector P10 e todo esculhambado, com a conexão toda remedada é que toda hora eu tinha que apertar com fita isolante para não perder um dos lados da saída de áudio. 

Era um amanhecer beijando e deglutindo bem devagarinho a régua e compasso de Raul Seixas e, principalmente Caetano Veloso. Chico, Gil, Roberto Carlos, Jards, Milton, Tom Zé, Jobim, Queen of the Stone Age, Bethânia apareçam bem bem depois.

Esses dois foram os Vice Reis da minha caixola por muito tempo. 

Também, além dos Cds, tinham as fitas que meus amigos Tasso e, notadamente Marcelo, lá do inesquecível  CEFET - BA, trocavam comigo. 

Foi assim que fui conhecendo e povoando meu ser com gente como Rush, Nirvana, Pink Floyd e Rage Against the Machine. 

Vagando mais ainda, foi ali, nesse ponto da minha história que, ali, alone alone, naquela especial loja da Aky Discos, nessas andanças a pé que sempre gostei de fazer por Salvador, na inóspita (para pedestre andarilho) Avenida Juracy Magalhães, quase na entradinha do Horto Florestal/Embasa, que o acaso e a beleza da arte da capa, me fez levar OK Computer, do Radiohead pra casa.

O finalzinho da madrugada sempre foi pra mim um bálsamo e uma tenra mentira pois, tinha que dia após dia voltar 20 minutos antes, até minha cama, no quarto que dividia com minha avó, para que minha mãe não soubesse que eu, assim como ela e minha avó, tinha uma baita insônia, mesmo que essa fosse positiva.

Espero que todos possam experimentar essa possiblidade de refazimento, de reflexão e amor a si.

Ps: Minha avó ficava sabia de tudo mas ficava calada, só saboreando saber que seus genes estavam ali presentes.

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.