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quinta-feira, 26 de março de 2020

No horizonte, mil Clarices.

É incrível como a dinâmica da vida é insuperável e o quanto que as crises são uma oportunidade de mudança.

Os vírus, que na Biologia não são nem tratados como seres vivos  (são na verdade parasitas intracelulares obrigatórios) , serão as molas propulsoras de uma gigantesca mudança cultural na forma de trabalhar em todos os ramos da economia global.

Nunca pensei que veria tanta gente e em tão pouco tempo dominando, com grande desenvoltura,  o teletrabalho, o uso massivo de videocom, de organizadores de tarefas, etc. Estamos, em tempo real , remotamente mas, em rede, vivendo uma grande revolução.

Tenho visto isso tanto na empresa que trabalho como em outras áreas da economia. O que temos que ter um pouco de atenção, em relação a todas essas mudanças, é em torno da velocidade. Processos acelerados demais vão,  em última instância, gerar um sofrimento excessivo em uma sociedade tão ansiosa como a nossa.

Porém,  acho que ao menos temos a chance, que não estava no nosso horizonte, de pontos de inflexão positivos. 

Tudo vai depender para onde a humanidade vai querer caminhar. Inimaginável ver um amplo programa de renda mínima ser implementado nos EUA pelo Partido Republicano... Surreal ver Macron defender o sistema público de saúde depois de massacrar os profissionais em uma greve que aconteceu ano passado. 

O mundo é realmente uma bola, em eterno movimento e, de tempos em tempos, esse movimento pode trazer um horizonte de um novo rearranjo.


Por fim, nesses tempos que estou a ler a maravilhosa biografia sobre a Clarice Lispector (Clarice, Companhia das Letras) segue uma frase da nossa grande escritora que achei bem pertinente para esse momento.

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento !!"

sábado, 21 de março de 2020

Eu tô pegando leve


Faz mais de ano, cinco anos, que intui que teria que começar uma vida nova, em um novo lugar desse país, se quisesse manter o meu atual emprego.

Desde Dilma a coisa tem ficado feia contudo, a cristandade é uma merda. A gente fica sempre esperando que no fim da curva a carroça vai conseguir fazer o contorno direitinho. Hahahah, somos esperançosos demais. 

A carroça sempre vai capotar no final !!!

Mudanças são sempre uma situação boa, uma degustação por demais aprazível se é algo desejado. Porém, não foi o caso. 

Estou indo, caminhando sob soluços, com a sensação de que deixo muita coisa para trás, que em cada esquina da Cidade da Bahia pedaços de grande parte do que sou até aqui ficam.

Mas, como o pragmatismo toma conta de todos os fios do meu cabelo, estou, devagarinho, construindo um história, aliás, uma estória, daquelas que se arrogam generosa, na minha cabeça. 

Decidi, se isso é possível quando a gente tem tão somente 15 dias para a despedida de 37 anos, uma narrativa tanto de lembrança de Salvador como também de descoberta de uma nova cidade. 

Fundamentalmente, saborear um viver novo, construindo um olhar pra outros cantos da vida nessa cidade chamada em Macaé, meu novo lar.

Quem sabe eu consiga encontrar um outro eu, um eu que ainda não fui, nesta cidade? 

Nunca tive vocação pra ser uma estátua mas, quem sabe, quem sabe mesmo isso não é algo nesse sentido, a natural reconstrução cotidiana, mesmo que desconfortável, de quem quer viver para além dos encargos da penosa sobrevivência do cidadão brasileiro?

Bem, só quem sabe a resposta são meus guias, meus ancestrais, meus orixás. E neles eu confio. E, como disse um grande amigo:

se jogue e tente não ficar remoendo tudo isso que você tá vivendo.

É alienante mas, feliz_infelizmente, é de extrema serventia tentar ir além, seguindo essa forma de pensar. 

E, nesse desafio de não temer a despedida, vou seguir fielmente o trecho da bela canção do O Terno, Pegando Leve:

Quero descansar, mas também quero sair
Quero trabalhar, mas quero me divertir
Quero me cobrar, mas saber não me ouvir
Quero começar, mas quero chegar no fim


Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.