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terça-feira, 24 de março de 2020

Separação inseparável

Enquanto termino as minhas preces a Ogun,
em mais uma terça feira qualquer
observo o ventinho bom,
que vem do alto mar bem no meio da madrugada.

Vejo também, 
no cume calmo do meu recinto
Esse delicioso joguete infinito
da madrugada em teimar em não ir dormir
enquanto que a leste é bem devagarinho, 
vem esqueirando-se um novo dia
por demais alaranjado.

Ahh, apesar de toda essa beleza
penso reiteradas vezes 
que esse oleoso pano alaranjado
vai roubar de mim 
um Federal Reserve de preciosidades.

Esse ventinho das 05 da manhã

O barrulho da moto,
Do entregador do jornal 
que não eh meu

As gatas cantarolando 
no seu cio madrugal
E todos os outros ciosos cios
vividos aqui e acolá
Só soul eu pq
vocês me quiseram um dia

Istopô
Moqueca
Coragem pra resistir
Um Banho de Mar às 06:00 da manhã
O belo nos pequenos detalhes

Vão se foder seus filhos da puta
Fascistas do caralho
Entreguistas.

Eu vou mas,
vôo vai ter. 

Levo tudo isso comigo.
Se fuderam

sábado, 21 de março de 2020

Eu tô pegando leve


Faz mais de ano, cinco anos, que intui que teria que começar uma vida nova, em um novo lugar desse país, se quisesse manter o meu atual emprego.

Desde Dilma a coisa tem ficado feia contudo, a cristandade é uma merda. A gente fica sempre esperando que no fim da curva a carroça vai conseguir fazer o contorno direitinho. Hahahah, somos esperançosos demais. 

A carroça sempre vai capotar no final !!!

Mudanças são sempre uma situação boa, uma degustação por demais aprazível se é algo desejado. Porém, não foi o caso. 

Estou indo, caminhando sob soluços, com a sensação de que deixo muita coisa para trás, que em cada esquina da Cidade da Bahia pedaços de grande parte do que sou até aqui ficam.

Mas, como o pragmatismo toma conta de todos os fios do meu cabelo, estou, devagarinho, construindo um história, aliás, uma estória, daquelas que se arrogam generosa, na minha cabeça. 

Decidi, se isso é possível quando a gente tem tão somente 15 dias para a despedida de 37 anos, uma narrativa tanto de lembrança de Salvador como também de descoberta de uma nova cidade. 

Fundamentalmente, saborear um viver novo, construindo um olhar pra outros cantos da vida nessa cidade chamada em Macaé, meu novo lar.

Quem sabe eu consiga encontrar um outro eu, um eu que ainda não fui, nesta cidade? 

Nunca tive vocação pra ser uma estátua mas, quem sabe, quem sabe mesmo isso não é algo nesse sentido, a natural reconstrução cotidiana, mesmo que desconfortável, de quem quer viver para além dos encargos da penosa sobrevivência do cidadão brasileiro?

Bem, só quem sabe a resposta são meus guias, meus ancestrais, meus orixás. E neles eu confio. E, como disse um grande amigo:

se jogue e tente não ficar remoendo tudo isso que você tá vivendo.

É alienante mas, feliz_infelizmente, é de extrema serventia tentar ir além, seguindo essa forma de pensar. 

E, nesse desafio de não temer a despedida, vou seguir fielmente o trecho da bela canção do O Terno, Pegando Leve:

Quero descansar, mas também quero sair
Quero trabalhar, mas quero me divertir
Quero me cobrar, mas saber não me ouvir
Quero começar, mas quero chegar no fim


Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.