sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Revalvaatio

  Encontrei, procurando um livro do Ernesto Laclau e da Chantal Mouffe, Hegemonía y Estrategia Socialista, um poço de conhecimento.

  Mais por aqui viu :

  Revalvaatio
 
  Divirtam-se.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

La bande à Bonnot e depois La Patagonia Rebelde

  Hoje passei a noite vendo o filme La bande à Bonnot (1968, França) sobre o Bando Bonnot, grupo anarquista individualista/anarcoilegalismo que existiu no início do século passado na França.


  Destaque fica para a trilha sonora do filme, a cargo do pianista francês  François Rauber e do multifacetado Jacques Brel que atua também no filme representado o anarquista Raymond-la-science (Raymont Callemin).

  A única atuação contundente é do cara que faz o Jules Bonnot, o ator Bruno Cremer. Ele deixa a impressão que a gente levará um tiro a qualquer instante caso ele identifique a gente como burguês.

  Não é um primor cinematográfico, mas vale pela contexto histórico.

  Hoje, na verdade amanhã pois será na madrugada, verei La Patagonia Rebelde (1974, Argentina).


   Beijos e queijos :)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quarta-Feira de Cinzas

  Lendo aqui, nesta quarta-feira de cinzas, a Tese de Doutoramento intitulada  "Trabalhadores migrantes nos canaviais paulistas: Sociabilidades, condições de trabalho e formas de resistências" de Marcelo Saturnino da Silva (UFCG,2011), encontrei uma passagem de outro trabalho (CANDIDO; MALAGODI, 2010, p13)¹ que realmente demonstra algumas das avaliações que percebo dentro do movimento sindical.                

"Para desencadear um processo de luta de classes não é suficiente que exista uma instituição representativa, mas que as circunstâncias políticas, econômicas e morais estejam postas, ou seja, o sindicato combativo pode contribuir para a luta, entretanto não determina a existência da luta."


  Incrível o quanto de material sobre o campo do trabalho e a crise de representatividade instituição sindical. Sempre bom ler como essa situação se repete em outras instâncias do setor produtivo e as estratégias de resistências que estão a ser criadas.

  Inspirador.

  Mas indo um pouco além, creio que muitas vezes, a maior parte do tempo sem perceber, estamos apenas aumentando o bolo "dos de sempre". O pior é que pensadores como Marx e Luckács  acreditam que o trabalho é uma questão central nas nossas vidas.

  Na verdade, sendo o mesmo uma construção "burguesa", ele nada mais é do que uma fonte tripartite de mais valia, de obtenção de prestigio moral e de identidade social. E acreditar nisso é também crer que a inexorabilidade da importância da classe trabalhadora no processo revolucionário.

  Será que essa tal classe ainda é, assim como o povo Judeu, os eleitos a terem em suas mãos as rédeas de um suposto processo revolucionário ? A classe trabalhadora, com todos os ganhos pós Segunda Guerra Mundial, passa por tanta privação assim que a obrigue a não ter outro caminho que não seja o estabelecimento de uma revolução ?

  Sinceramente não espero isso da classe a qual pertenço. Nos preocupamos com a prestação do carro, com o financiamento da casa, com a educação dos meus filhos, com a cerveja gelada que encontra-se na geladeira. O que ocupa nosso tempo é o que iremos fazer quando não estivermos dentro da fábrica.

  Não nos preocupamos muito com o coletivo e essa não é uma situação na qual as lideranças, assim como acreditam os Trotskista, os Morenistas ou Leninistas de plantão, tenham alguma culpa.

  O anseio, aliás a necessidade de mudança radical - aqui atrelado ao contexto de uma mudança na raiz do sistema capitalista vigente,  pode advir atualmente daqueles que chamados como pessoas em situação de rua, os trabalhadores clandestinos nos países de desenvolvimento industrial não tardio, as minorias étnicas, os desterrados em seus própios países etc.

   Estes, sejam eles e elas classificados como Lumpenproletariat ou não os que podem ser os protagonistas de uma mudança radical. 

  Aliás o própio Bakunin²³  já levantava dúvidas em relação ao aculturamento que o operário sofria ao participar da sociedade burguesa através do mundo do trabalho e em como isso diminuía seu ímpeto revolucionário.
  
  Frantz Fanon também cita em ''Os Condenados da Terra" o potencial do Lumpenproletariat na Guerra da Argélia e a necessidade de educar o mesmo sobre o que ele, em profundidade, estava atacando e criando ao colocar-se em uma atividade revolucionária.

  Vejam como "Instruir para Revoltar"  sobre as bolsas de trabalho de Pelloutier ou mesmo o "Pedagogie et Revolution" do Grégory Chambat (como eu queria que meu Francês fosse menos sofrível) entrariam como uma luva aqui não acham ?


  Na minha opinião, esses são o que não perderiam nada neste mundinho faz de conta que vivemos.

  Os demais estão como Lafargue falou

“Trabalhem, trabalhem, proletários, para aumentar a riqueza social e suas misérias individuais, trabalhem, trabalhem para que, ficando mais pobres, tenham mais razões para trabalhar e tornarem-se miseráveis. Essa é a lei inexorável da produção capitalista”.

1- CÂNDIDO, Paulo e MALAGODI, Edgard. Mobilização de Trabalhadores Canavieiros e Ação Estatal no Setor Sucroalcooleiro do Nordeste Brasileiro. Ponencia presentada no VIII Congresso da ALASRU, Porto de Galinhas, 2010.

2 - THOBURN, Nicholas Difference in Marx The Lumpenproletariat & the Proletarian Unnamable. Disponível em: <http://libcom.org/file/Thoburn%20-%20Difference%20in%20Marx%20The%20Lumpenproletariat%20&%20the%20Proletarian%20Unnamable.pdf > Acesso em: 09 Fevereiro de 2011.

3 - EM:   Acesso em: 05 Fevereiro de 2011.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carta a D

Terminei, enquanto estava embarcado, o doce livro do André Gorz chamado Carta a D.

  É bem curtinho o livro e não doerá nada passar pelas últimas páginas escritas pelo Gorz. 

  Eu já detinha certa admiração sobre a obra deste autor. Gosto de pensadores  que, como ele, tentam sempre reler a realidade sem cair nas respostas já estabelecidas, naquilo que a boiada segue sem pestanejar.

  Gorz é daquele tipo de pensador, raro atualmente, que não possui amor pelas suas idéias. Aquele tipo que não se importa com infidelidade a algo que acreditava ser o mais acertado no seu pensamento. Por isso as várias facetas no que escreveu, os vários pontos de inflexão na sua obra.

 E essas idas e vindas, na minha opinião, é que deixa a obra dele mais interessante e faz a gente perceber a importância da sua obra.

  A obra aliás, por mais incrível que possa aparecer combinou a idéia vinculada ao pensamento Marxiano, e não o pensamento Marxista, com o Sartriano. Teve aliás, um pouco antes e depois do Maio 68, cada vez mais aliado as idéias de desescolarização de Illich e a filosofia proposta por Marcuse bem como a esquerda autonomista italiana (Foa notadamente).

  Mas agora posso falar que, dos artigos e ligo que li do mesmo, Carta a D. é sem dúvida o mais singelo e sublime de todos. Falo isso não pelo motivo de achar que os outros texto são ruins. Falo isso pois é muito mais difícil em 72 páginas fazer do balanço de sua vida, no momento final desta, uma declaração de amor à aquela pessoa que sempre esteve ao seu lado.

  O livro é um desbunde e recomendaria a todos que querem conhecer a obra do Gorz começar por este livro. Só assim a gente pode ter a noção do coração, da sensibilidade humana por trás de Adeus ao Proletariado; Socialismo Difícil e Crítica da Divisão do Trabalho por exemplo.

  O desbunde começa pelo minimalismo arraizado no projeto gráfico da obra que pode ser percebido no cuidado com o projeto da capa do livro que somente encontrei em obras gringas.

  Realmente incrível conhecer a importância que a Dorine, sua esposa, aliás,  companheira, tinha na vida dele. Uma mulher pode dar um Aufheben nas nossas vidas. Tanto para o bem como para uma desgraceira total.

  Sobre Gorz, melhor que o verbete na Wikipedia, pode ser visto aqui. Também gosto dessa curta entrevista do Professor Josué da Silva.

 Sobre se foi certo ou não o suicídio do casal, quem sou eu para julgar este ato ?

  Não falarei mais nada sobre a obra. Esse negócio de resenhar obra não é muito comigo. Vocês querem tudo mastigado não é ?

  E quem disse que eu tirei vocês do meu ventre através de um Cesariana ?

  Leiam e divirtam-se com aquele que acreditava que nós, trabalhadores,  só iríamos ter uma verdadeira existência, livre e não alienada, no nosso tempo livre e jamais no âmbito do trabalho.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Segunda-Feira com Amália

Irei hoje ouvir Amália Rodrigues até o sol ficar desgostoso do mundo e ir se afundar no mar da Baía de Todos os Santos.

  E nessa degustação, lembro que ainda hoje, em pleno 2013, existem pessoas que afirmam categoricamente que o nosso destino teria sido melhor caso tivéssemos sido colonizados por outros europeus.

  Jamaica, Suriname e Haiti são excelentes exemplos... E nem vou falar das colônias europeias na África. Parece que algumas pessoas acham que os nossos ouvidos são enormes penicos.

  Pelo menos, nesse vale de sofrimento e vilipêndio aos povos massacrados e diasporizados no processo brasileiro, sentir e ser acariciado por toda a dor lusitana é uma das bênçãos.

  Com vocês, Gaivota (letra/música : Alexandre O'Neil/Alain Oulman) na voz da eterna Amália.



Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
Morreria no meu peito,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde perfeito

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Já é carnaval :)

Enquanto lá fora o pessoal, aqui pertinho da minha casa, pulam e tiram os pés do maldito chão, prefiro eu ouvir coisas menos edificantes.



Acabei de ouvir essa música. Uma jóia dessas perdida em uma das milhões de pastas existentes no meu Winchester.

Chego muitas vezes a crer que elas, as músicas, não são achadas e sim se deixam sensualmente serem ouvidas e assim serem "encontradas".

E aí o ar que propagem suas notas, timbres e idéias.

Mesmo que a obra vire tema de novela da casa dos Marinho.

Mas, no fundo no fundo, são as músicas que encontram a gente.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Igualdade sexual com tempero soteropolitano

 Há alguns dias atrás, acho que ainda no mês passado, em um ponto de ônibus de Salvador, escutei uma música que resumiu , na minha humilde opinião, toda a luta das mulheres para com a questão sexual e a igualdade dos papéis.

  Demorei para postar por aqui devido a demora em encontrar o nome da música e também a "letra".

  Muita gente pode dizer que a coisa toda é enxergar ambos os lados como pedaços de carne, etc e tal.

  Pode até ser isso... Mas ouçam o refrão desta "letra".  Creio que ela seria o troco da famosa letra que aludia a dar tapas na caras das mulheres as mesmas gostarem. Enfim, não entrarei nesta celeuma face a questão da violência doméstica versus o que acontece dentro das quatro paredes de um quarto.


  Resumindo a ópera:

  Música: Traição

  Banda: Pagodão





Que história é essa cabu?
Direitos iguais biel.
Respeite o capitão rapaz.
Toma lá da cá meu filho
Eu sou canalha, bravo foda
Safado cachorro louco
Cafajeste chapa quente
Manhoso e gostoso

Só ele pode trair, só ele pode curtir
E eu fico aqui em casa sem me divertir

Se ele pode comer eu também vou dar
Se ele pode comer eu também vou dar
Se ele pode comer eu também vou dar

Eu também vou dar
Eu também vou dar
Eu também vou dar

Agora também vou dar

Eu também vou dar
Eu também vou dar
Eu também vou dar

Porque elas me chamam de amor
De melhor homem do mundo
De gostoso e de perfeito

Com todo o respeito
Se ele pode com duas, eu vou contar de três
Imagine sua mulher com todos de vez

Eu sento traindo ele
Eu sento traindo ele
Eu sento traindo ele
Sento gostosinho

E eu boto traindo ela
Eu boto traindo ela
Eu boto traindo ela
Boto com carinho

Eu sento traindo ele
Eu sento traindo ele
Eu sento traindo ele
Sento gostosinho

E eu boto traindo ela
Eu boto traindo ela
Eu boto traindo ela
Eu boto traindo ela
Boto com carinho


  Viva aos pagodeiros e pagodeiras de Salvador. Caso Simone de Beauvoir estivesse no carnaval de Salvador estaria requebrando ao som de Traição. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cuidado com a Petaimbecilidade na hora de brincar com dados

  Para quem quiser brincar com R e dados genômicos pode dar uma olhada nos dois repositórios abaixo.

  1. http://www.ebi.ac.uk/arrayexpress/
  2. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/geo/

   Uma boa massa de dados para ir brincando neste período de férias. Uma boa seria ir entendendo a filosofia do Bioconductor.
 
   Para começar e não ficar apenas brincando com os dados seria uma boa a leitura deste artigo e este livro aqui se quiser aprofundar um pouco mais. Um ótimo começo, no meu caso, foi adentrar neste tema por aqui.

   Mas não se engane que a disponibilidade de "Big Data" não significa que não precisamos mais do método científico e outras coisitas mais.  Parece bobagem lembrar disso mas o que tudo indica, nestaa era dos Petabytes, as pessoas meio que ficaram Petaimbecis/Petaignorantes.

   Falo isso para não acontecer de vocês se charfurdarem em um montanha de fezes e fazer que nem a Wired. É incrível como torpemente escreveu o editor chefe deste "tablóide geek"... Quantas vezes foram escritas a palavra Google...  Espero que vocês não pensem ciência utilizando a lógica do "With enough data, the numbers speak for themselves".
  
   Isso é pura pequenês intelectual. Método científico faz com que os dados tenham a chance de falar, passa contexto as montanha de dados que temos disponíveis.

  Hipótese, modelo, teste, etc são coisas que não devem sair de moda :)

  Uma olhadinha nesta obra é sempre bom de vez em quando.

  Pois é homeboy, a gringada muitas vezes derrapa e viaja na última novíssima maionese da vez.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Floss for Science

  Bem legal outro blog que acompanho já faz algum tempo.

  O FLOSS for Science eu acabei descobrindo na época que comecei a fazer alguns tutoriais em R e, meio sem querer, um colega falou que se eu "translate" o que escrevi para a língua de Shakespeare poderia ter meu blog listado no R-bloggers. Foi através da leitura do R-bloggers que, nesta vida de hiperlinks, cai no F4Science.

   Enfim, mas o lance por trás do F4Science é uma idéia ampla, mas para não confundir as diferenças filosóficas entre FOSS, FLOSS e Free Software e Open Source Software o bom seria uma leitura desse texto do Stallman .

   Mas voltando a parte do blog, o legal dele é ter coisas como entrevistas com o Jan Erik Solem,  autor do excelente livro lançado ano passado "Programming Computer Vision with Python". Você acaba conhecendo sutilezas e intenções do autor na construção de um livro que a gente não perceberia numa leitura desatenta.

   Por causa do F4Science eu sei por exemplo que o autor da obra que citei acima se inspirou em livros com a pegada existente no livro do Toby Segaran.

   Falando deste  livro, o draft do livro do Jan Erik pode ser baixado sem culpa por aqui.

   Enjoy homeboy :)

   Mas voltando ao F4Science.

   É por causa do blog que sei por exemplo quais motivos levaram John W. Eaton, o pai/mãe do Gnu Octave, a criar algo que pode, na maior parte dos casos, substituir o Matlab.

   O melhor de tudo são os livros que aportam por lá. Sempre bom para a gente ir mantendo-se atualizado ou mesmo ver as coisas sobre uma ótica diferente do que estamos acostumados.

    Enjoy povo :)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

EP da Mayana Moura

 Ontem chegou as minhas mãos, na verdade na minha caixa de correio eletrônico, o link com trabalho (EP) da Mayana Moura.

  Como quem me mandou é um ser que somente enxerga as mulheres como um pedaço de carne ambulante, ligando os pontos saquei que deveria ser alguém atraente e só. Mas não é apenas isso.

  O trabalho é bem feito, algo que é raro nesta terra tropical, principalmente tratando-se de um EP com uma pegada indie. Geralmente essas coisas são produzidas toscamente, sem o mínimo de cuidado.

  Googlando, ou melhor DuckDuckGooglando acabei por saber que a moça também é atriz de novela e fará o filme "O Tempo e o Vento", baseado na trilogia criada por Érico Veríssimo.

   Mas não se deixem distrair pela beleza da moça :)


   Ouçam as cinco músicas, principalmente a primeira delas, chamada Bed.

   Recomendo fortemente :)

Quem sou eu

Bom, eu sou acadêmico do curso de Engenharia Elétrica da Unifacs e tenho grande interesse na área de Processamento Digital de Sinais (PDS), sobretudo no estudo de sistemas não determinísticos e no processo de produção de música com o auxílio do computador.